Dica: cuidados devemos ter ao adquirir um animal de estimação

  • Dê preferência por comprar um filhote diretamente do canil ou do criador, pois é uma oportunidade de se conhecer os pais, os irmãos da mesma ninhada ou de ninhadas anteriores, e observar as condições de higiene e manejo do local (alimentação, tipo de canil, estado nutricional ds animais, etc).

 

  • Observe, se for macho, se os dois testíulos são palpáveis e estão na bolsa escrotal. A ausência de 1 ou dos 2 testículos é congênita, e pode ocasionar problemas futuros.

 

  • Observe a cor da gengiva dos filhotes (deve ser rosa) e o estado geral da pelagem. A presença de caspa, falhas na pelagem, pulgas, carrapataos, piolhos deve ser verificada. O pêlo deve ser brilhante e firmemente aderido.

 

  • Observe se o filhote se coça em excesso.

 

  • Pergunte sobre a mãe, o pai e antecedentes mais distantes. Doenças como sarna negra (ou demodécica) e atopia canina (alergia a inalantes) são congêntias (transmitidas geneticamente).

 

  • Exija o atestado de displasia coxo-femural negativo dos pais (no caso de raças de porte médio ou grande que são as mais predispostas).

 

  • É ideal que o primeiro banho seja dado somente após a primeira vacina múltiplas (V8 ou V10 no caso dos cães e V4 nos gatos), sempre com água morna e corrente, sabonete ou xampus neutros, protegendo as orelhas com algodão hidrófobo ou parafinado. Evite correntes de ar e procure dar o banho no horário mais quente do dia. Seque com toalha ou com secador morno. Os felinos não necesitam de banhos frequentes, a não ser que venham apresentar algum problema de pele.

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Infestação por piolhos (Pediculose)

Os piolhos são insetos espécie-específicos que acometem os animais domésticos e também o homem. Isto quer dizer que as espécies que acometem o homem não infestam os animais, e vice-versa. Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, eles não sobrevivem mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como escovas, pentes, cama, travesseiros, etc. A infestação por piolhos denomina-se pediculose.

Há dois tipos de piolhos em cães e gatos: os sugadores (Anoplura), que se alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações maciças, e os mastigadores (Malophaga), que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame. Podem ainda transmitir uma veminose intestinal pelo parasita Dipillidium caninum.


Cão infestado por piolhos com dermatite alérgica
à picada desses parasitas

Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com conseqüente perda da pelagem e escoriações cutâneas. O animal apresenta um odor característico “de rato” e, freqüentemente, encontra-se irritadiço e nervoso pelo incômodo que sente. Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam apenas uma seborréia seca levemente pruriginosa. Estes são os portadores sãos.


Piolho mastigador do cão (Trichodectes canis) 

Piolho sugador do cão (Linognathus cetosus)


Piolho sugador humano (sub-ordem Anoplura)

Normalmente, os piolhos acometem animais que vivem em locais sujos, na rua ou em abrigos superpopulosos, e preferencialmente nos meses mais frios do ano.

O diagóstico é feito mediante um exame físico detalhado, bem como o exame microscópico do material obtido do pelame.

No tratamento, devem ser incluídos todos os cães da propriedade bem como os contactantes, e deve-se eliminar ou tratar os travesseiros, cobertores, toalhas, pentes e escovas, simultaneamente. Para isto podem ser usados inseticidas tópicos, na forma de xampus ou “spot on” (piretórides: deltametrina, permetrina, carbamatos, fipronil, imidacloprid, dentre outros), bem como sistêmicos (ivermectina).

No homem, há 3 espécies de piolhos: o do couro cabeludo (Pediculus capitis), o piolho do corpo (Pediculus humanus) e o Pthirus pubiso, vulgarmente chamado de “chato”, que causa a pediculose da púbis. Estes insetos podem transmitir doenças como a febre das trincheiras, a febre recorrente, que pode causar a morte quando não tratada, e o tifo exantemático, que se caracteriza pela febre e irritação da pele.

Bicho de pé: que bicho é esse?

O popularmente conhecido como “bicho de pé“, e cientificamente Tungíase, nada mais é do que uma pulga, a menor que existe, chamada Tunga penetrans, que vive em solos arenosos, quentes e secos, principalmmente em chiqueiros de porcos. A fêmea, depois de fecundada, é responsável pela doença, pois se aloja na pele de suínos e do homem, podendo acometer cães também.

Elas afetam principalmente as solas dos pés, os coxins dos cães, e região inter-digital e abaixo das unhas, causando lesões visíveis, do tamanho de um grão de ervilha. Isto porque a fêmea grávida entra na pele deixando apenas a parte posterior livre para respirar e depositar seus ovos no ambiente.


Adulto da pulga Tunga penetrans
Fonte:
www.ufrgs.br

O animal acometido e o homem sentem coceira e dor para andar. As lesões desencadeadas pelo parasita podem servir como porta de entrada para outras infecções, como o tétano, que é bastante grave.


Lesões em coxins de cão acometido por tungíase.
fonte:
www.med.sc.edu

O tratamento consiste na remoção dos parasitas em condições assépticas, desinfecção do local e, no caso do homem, previne-se a reinfestação com uso de calçados. No ambiente, pode-se aplicar inseticidas. A retirada de folhas secas do solo, o corte freqüente da grama e a manutenção do jardim são medidas fundamentais para o controle da pulga, pois ela gosta de locais secos e sombreados.

A Tungíase é considerada endêmica nas comunidades pobres do nordeste do Brasil, afetando populações ribeirinhas, que habitam em favelas ou mesmo em comunidades de pescadores. Os reservatórios da pulga nestes locais são os cães, gatos e ratos.

Alergia Alimentar em Cães e Gatos

A alergia alimentar, também denominada hipersensibilidade alimentar ou dermatite trofo-alérgica, ocorre em 10% dos cães e gatos dermatopatas e corresponde a cerca de 5% dos casos alérgicos, consituindo-se como a terceria dermatopatia de natureza alérgica mais frequente dentre cães e gatos.

A patogenia deste quadro envolve reações de hipersensibilidade tipos II, III e IV a antígenos alimentares, normalmente representados por glicoproteínas.

Itchy-cat1Estes antígenos são macromoléculas protéicas hidrosolúveis, com peso molecular superior a 7500 daltons, absorvidos pela mucosa intestinal devido a falhas na barreira intestinal, e reconhecidos como antígenos devido a falhas no sistema imunológico. A barreira intestinal é constituída pela secreção de Ig A de mucosa, pelas células epiteliais fortemente unidas e pela presença de muco. Dentre os alimentos identificados como alergenos podemos citar: carne bovina, soja, frango, leite, milho, trigo e conservantes. Estes passam a serem reconhecidos com antígenos após a cocção, preparo e digestão do alimento.
Os animais podem ser acometidos em qualquer idade, sendo que cerca de 50% dos casos são animais jovens, menores de 1 ano. Mesmo quando o alimento, quer de origem comercial ou caseira, é oferecido há muito tempo para determinado animal , sem ter havido qualquer mudança nos hábitos aliementares, devemos suspeitar de alergia aliementar, pois a primo-manifestação dos sintomas pode demorar meses a anos.
Dentre as raças caninas mais predispostas podemos citar o Cocker Spaniel, o Labrador, o Collie, o Schnauzer, o Shar Pei, o Poodle, o West Highland, o Boxer, o Lhasa Apso e o Teckel.

Os sintomas da alergia alimentar são prurido intenso , mormente em região de face, orelhas, axilas, porções ventrais do corpo e membros. Podem estar presentes malasseziose cutânea e piodermites secundárias, bem como otites externas. As disqueratoses acompanham grande parte dos casos. Em cerca de 10 a 15% dos cães com dermatite trofo-alérgica há concomitância com emese, diarréia e cólicas intestinais intermitentes.
As lesões incluem alopecia focal ou disseminada, eritema, pápulas, pústulas, crostas , hiperqueratose ou liquenificação, descamação, untuosidade ou ressecamento cutâneo.

No gatos a alergia alimentar pode se manifestar clinicamente de múltiplas formas: dermattie miliar, alopecia, prurido (principalmente facial e cervical), urticária, granuloma eosinfílico (placa eosinofílcia, úlcera indolente e granuloma linear). Cerca de 10% dos felinos também apresentam emese e diarréia.
Não há sazonalidade quanto às manifestações sintomatológicas, exceto naqueles casos em que há associação com dermatite atópica.

A young Pit Bull puppy scratching an itch. Intentional motion blur to show action.

O diagnóstico da alergia alimentar pode ser firmado, única e exclusivamente, através da interposição de uma dieta caseira dita “de eliminação”, durante um período que varia entre 10 a 13 semanas. Esta dieta deve conter ingredientes jamais ingeridos anteriormente pelo animal, tais como: peixe, carneiro, coelho, carnes de caça, arroz integral, ovos, batata e outros tubérculos. Durante este período de teste não deve ser dado nada extra ao animal, como petiscos, ossos industrializados, etc.

O uso de dietas comerciais, ditas hipoalergênicas, não é indicado com finalidade diagnóstica, uma vez que há riscos de contaminação da ração com outros ingredientes durante o processo de industrialização, ao fato de que a fonte de gordura animal contida na ração poder conter proteínas estranhas e, sobretudo, à presença de conservantes e aditivos, aos quais os animais podem ser alérgicos.

Vários estudos conduzidos por pesquisadores nos EUA mostram que 15 a 50% dos cães comprovadamente alérgicos a alimentos apresentam alergia a rações comerciais ditas hipoalergênicas.
Havendo uma melhora significativa após o término deste período de teste, pode-se optar pela exposição provocativa, em que o alimento ao qual se deseja investig é introduzido na dieta caseira de eliminação a cada 14 dias, observando-se neste período a piora ou manutenção do quadro. Quando houver agravamento lesional e recidiva do prurido, aquele alimento testado é considerado como alergeno e eliminado da dieta daquele animal. Assim, pode-se chegar à conclusão de que alimentos estão envolvidos na etiopatogenia da alergia para cada animal, e propor dietas caseiras balanceadas e individualizadas, ou mesmo dietas comerciais que não os contenham.

Muitos proprietários preferem manter a dieta de alimentação “ad eternum”, pois julgam ser menos trabalhoso ou porque temerem a recidiva dos sintomas e lesões. Neste caso, deve-se realizar um balanceamento correto da dieta, e ter em mente que este animal poderá se tornar também alérgico a estes ingredientes, no futuro.

Os testes sosrológicos e cutâneos não são indicados para o diagnóstico da hipersensibilidade alimentar, por vários motivos: primeiramente, por avaliarem apenas uma reação de hieprsensibilidade do tipo I, que não está envolvida na etipatogenia deste quadro . Ainda, utilizam antígenos “in natura”, ou seja, não processados ou submetidos à cocção, industrialização e digestão, processo estes que modificam sua estrutura molecular. Por fim, estes testes apresentam baixa especificidade e não são métodos confiáveis.

O tratamento envolve a identificação dos alergenos envolvidos e eliminação dos mesmos da dieta, utilizando-se preparados caseiros formulados de acordo com o resultado da exposição provocativa, ou rações comerciais que não contenham os alergenos em questão. A relação ideal entre carbohidratos e proteínas da dieta é de 1:1, desde que não haja nefropatia ou hepatopatia concomitante. O carbonato de cálcio deve ser acrescido, bem como vitminas, ácidos graxos e sais minerais. Para tanto, pode-se lançar mão do balanceamento nutriconal elaborado com auxílio de planilhas nutricionais ou de profissionais especialistas nesta área.

O uso de drogas anti-pruriginosas, tais como anti-histamíncios e glicocorticóides, podem ser usados para aliviar o prurido durante a fase inicial da dieta, mas por um período breve (10 a 15 dias) , a fim de não mascarar o efeito da dieta na melhora clínica.
Os quadros cutâneos associados à hipersensibilidade, tais como Malasseziose, piodermites e disqueratose, bem como as otites, devem ser medicados em paralelo, topica ou sistemicamente, de acordo com a magnitude lesional.

Dermatologia Veterinária – O prognóstico é bom, embora sujeito a recidivas em função de novos alergenos alimentares em potencial, presentes na dieta.

Informações resumidas sobre a doença.

Cibele Nahas Mazzei, MV, MSc
dermatopet.com.br

Acantose Nigricante

Sinônimos
Acanthosis Nigricans.

O que é?
É uma padrão de reação cutânea pouco frequente que acomete exclusivamente cães, sendo os da raça Teckel mais acometidos. Pode ser primária (idiopática) ou secundária (a alergias, endocrinopatias, fricção excessiva nas áreas de dobras cutâneas, dentre outros).

Sintomas principais
Hiperpigmentação, liquenificação, seborréia e alopecia axilar, podendo se estender para membros torácicos e regiões ventral do pescoço, perineal, peri-ocular e de pavilhão auricular.

Acne Canina e Felina

O que é?
Inflamação da unidade pilo-sebácea que acomete a região mentoniana e peri-labial de cães e gatos. É mais frequente em cães jovens, mas pode acoemer felinos de todas as idades.

Sintomas principais
Nos cães aparecem pápulas, pústulas e furúnculos nas regiões mentoniana e e peri-labial, e frequentemente encontra-se associada à infecção secundária por bactérias e fungos. Nos gatos observam-se comedos, exsudação e ocasionalmente furúnculos nas regiões citadas.

Adenoma Sebáceo

O que é?
É um tumor de glândula sebácea, muito frequente dentre os cães e pouco frequente dentre os gatos, sendo mais prevalente em aninais idosos.

Sintomas principais
Lesões solitárias isoladas ou múltiplas, circunscritas, macias, untusosas ou hiperqueratóticas ao toque, com aparência de couve-flor e coloração rósea ou amarelada.

Alopecia Areata

O que é?
É uma dermatopatia pouco frequene que acomete principalmente os cães da raça Teckel e se caracteriza por perda do pelame, estando a pele hígida (sem qualquer sinal de inflamação), ocasionda provavelmente por um ataque imunológico aos folículos pilosos.

Sintomas principais
Alopecia focal ou disseminada, porém mais frequente na cabeça e pescoço, em áreas bem delimitadas.

Alopecia dos Mutantes de Cor

Sinônimo
Alopecia por diluição de cor.

O que é?
É uma condição hereditária (genodematose) que acomete cães que apresentam a coloração do pelame azulada ou meio desbotada ao nascer.É mais frequente nos cães das raças Doberman, Teckel, Whippet, Chow chow, Pinscher, Chihuahua, Setter Irlandês, Poodle e Yorkshire.

Sintomas principais
Os primeiros sintomas aparecem, na maioria dos casos, por volta dos 5 anos de idade, e são pelame seco e opaco, coloração desbotada, pápulas e comedos disseminados, hiperpigmentação, seborréia e, por vezes, piodermite secundária.

Alopecia Sazonal do Flanco

O que é?
Perda de pelame (alopecia) na região lateral do flanco, simétrica ou não, de natureza cíclcia e recidivante (ocorre predominantemente na primavera e no verão), que acomete preferencialmente cães da raça Airedale terrier, Bulldog Inglês e Boxer.

Sintomas principais
Alopecia focal em região lateral do flanco, bilateral ou não, podendo estar acompanhada por descamação e foliculite.