Perguntas e Respostas Sobre Cuidados com Pets e Dermatologia Veterinária
1. Que cuidados devemos ter ao adquirir um animal de estimação?
2. Com que frequência devo banhar meu animal?
3. Que doenças de pele são transmitidas do animal ao homem?
4. Quais os melhores produtos para banhar meu animal?
5. Como devo limpar a orelha do meu animal? É correto remover o pêlo do interior da orelha?
6. Com que frequência os cães trocam de pêlo?
8. Como reconhecer se meu animal está com algum problema dermatológico?
9. Que medidas devem ser tomadas para combater as pulgas? Existe cão ou gato alérgico à pulga?
10. Quais as dermatites mais comuns em cães e gatos?
1. Que cuidados devemos ter ao adquirir um animal
de estimação?
– Dê preferência por comprar um filhote diretamente do canil ou do criador, pois é uma oportunidade de se conhecer os pais, os irmãos da mesma ninhada ou de ninhadas anteriores, e observar as condições de higiene e manejo do local (alimentação, tipo de canil, estado nutricional ds animais, etc).
– Observe, se for macho, se os dois testíulos são palpáveis e estão na bolsa escrotal. A ausência de 1 ou dos 2 testículos
é congênita, e pode ocasionar problemas futuros.
– Observe a cor da gengiva dos filhotes (deve ser rosa) e o estado geral da pelagem. A presença de caspa, falhas na pelagem, pulgas, carrapataos, piolhos deve ser verificada. O pêlo deve ser brilhante e firmemente aderido.
– Observe se o filhote se coça em excesso.
– Pergunte sobre a mãe, o pai e antecedentes mais distantes. Doenças como sarna negra (ou demodécica) e atopia canina (alergia a inalantes) são congêntias (transmitidas geneticamente).
– Exija o atestado de displasia coxo-femural negativo dos pais (no caso de raças de porte médio ou grande que são as mais
predispostas).
– É ideal que o primeiro banho seja dado somente após a primeira vacina múltiplas (V8 ou V10 no caso dos cães
e V4 nos gatos), sempre com água morna e corrente, sabonete ou xampus neutros, protegendo as orelhas com algodão hidrófobo ou parafinado. Evite correntes de ar e procure dar o banho no horário mais quente do dia. Seque com toalha ou com secador morno. Os felinos não necesitam de banhos frequentes, a não ser que venham apresentar algum problema de pele.
2. Com que frequência devo banhar meu animal?
Isto depende de vários fatores:
Se o animal vive confinado dentro de casa ou apartamento, recomenda-se o banho semanal ou quinzenal. Caso seja mantido apenas no quintal ou canil, ou ainda em áreas externas como gramados, etc, o banho pode ser
mensal.
Caso o pelame seja muito longo e denso (Collie, Bernesiano, Samoieda, Chow Chow) recomendam-se banhos menos frequentes (mensais ou bimestrais).
No inverno são necessários menos banhos do que no verão.
Os banhos assíduos não trazem nenhum prejuízo ao pêlo, desde que sejam feitos adequadamente.
3. Que doenças de pele são transmitidas
do cão ou gato ao homem?
As principais dermatites zoonóticas, ou seja, transmissíveis destes animais ao homem são a ecabiose canina e felina (sarna), as dermatofitoses (micoses superficiais), a esporotricose (micose profunda) e a leishmaniose (esta anão é transmitida pelo contato direto, mas sim através do mosquito palha, que pode picar um animal infectado e depois picar o homem).
4. Quais os melhores produtos para banhar meu animal?
O ideal para e pele que está saudável, é utilizar sabonetes ou xampus neutros específicos para pets, cuja formulação
contenha componentes que elimiminam odores e não sejam demasiadamente perfumados.
A melhor forma de evitar a entrada de água nas orelhas durane o banho consite no uso de tampões de algodão parafinado,
disponíveis em farmácias de manipulação, ou de silicone, que impedem totalmente a entrada de água.
5. Como devo limpar a orelha do meu animal? É correto remover o pêlo do interior da orelha?
A remoção dos pêlos que existem no meato acústico externo é contra-indicada pois pode provocar uma inflamação
meatal, ocasionando uma otite. Para o organismo, os pêlos representam uma proteção natural da pele delicada que reveste o meato e quando removidos por avulsão dispara-se um mecanismo de defesa local para proteger a orelha dos possíveis agentes agressores.
Para a limpeza das orelhas é contra-inidcado o uso de álcool, éter ou vinagre. O melhor é utilizar produtos específicos
para este fim, disponíveis no mercado, e evitar o uso de cotonetes ou instrumentos pontiagudos, e sim o próprio dedo envolvido em algodão.
Em casos onde há um excesso de cerrume ou pus, o clínico veterinário deve proceder uma lavagem ótica ou prescrever
ceruminolíticos ou fluidificantes que auxiliam a remocão da cera ou da secreção.
6. Com que frequência os cães trocam de pêlo?
Isto é controlado por vários fatores: fotoperíodo, temperatura, nutrição, hormônios, genética e fatores intrínsecos ainda desconhecidos.
Não há uma época muito definida para a troca de pelame em nosso país pois nossas estações não são tão bem definidas como em países de clima termperado, onde a muda do pelame ocorre na primavera e no outono, e a taxa de crescimento
piloso é maior no verão e menor no inverno. Contudo, não é raro observarmos perda constante de pelo durante o ano todo, especialmente em animais criados dentro de casa e expostos a longo perído de luz artificial.
A troca é considerada normal ou pouco preocupante quando ela não deixa falhas na pelagem e quando a pele e o pêlo estão sadios.
7. É verdade que certas raças não podem ser tosadas pois existe o risco de não nascer
novamente o pêlo?
Sim, estranhamente certas raças de pelame muito denso como o Chow Chow e o Husky Siberiano podem apresentar o que é chamada “alopecia pós tosa”, ou seja, a ausência da repilação em determinadas áreas que foram tosadas. Isto é uma condição temporária e de causa desconhecida, havendo normalização da pelagem dentro de 6 meses.
8. Como reconhecer se meu animal está com algum problema dermatológico?
Felizmente a pele é um órgão muito amplo e facilmente visualizável, embora o manto piloso muitas vezes mascare certas
lesões, o que retarda o diagnóstico e o tratamento. Por isso é importante que a pêlo do seu animal seja escovado e inspecionado diariamente, ou ao menos semanalmente, por ocasião do banho, quando podemos visualizar com facilidade a condição cutânea.
Os principais indícios de alguma dermatopatia são: descamação da pele, oleosidade e mau cheiro do pelame, coceira excessiva, perda de pelame, mudanças na cor do pêlo e da pele, lesões salientes ou úlceras que sangram facilmente.
9. Que medidas devem ser tomadas para combater as pulgas? Existe cão ou gato alérgico à pulga?
As pulgas devem ser combatidas através de 2 vias distintas: através do uso de pulicidas tópicos ou sistêmicos para cobater
a infestação no animal, e através do uso de inseticidas ambientais ou inibidores de crescimento de insetos dados ao animal, para combater a infestação no ambiente.
Hoje existe no mercado uma gama muito ampla de produtos eficazes e seguros para o combate da pulga, e todos eles devem sempre ser prescritos por um médico veterinário, que estará habilitado a indicar os cuidados necessários antes, durante e após a aplicação.
A pulga pode desencadear alergia e ainda transmitir doenças como verminose e anemia infecciosa.
10. Quais as dermatites mais comuns em cães e gatos?
As mais comuns no cão são: sarnas (escabiose e demodiciose), alergias, disqueratoses e piodermites. Nos felinos
temos com muita frequência as micoses superficiais (dermatofitoses) e otoacaríases (sarna de orelha), bem como alergias e escabiose.
O curioso é que as doenças dermatológicos são muito semelhantes entre si quanto ao tipo e aspecto das lesões e podem confundir mesmo o clínico geral não habituado com o diagnóstico específico das dermatopatias.
Portanto, é fundamental a colaboração de um veterinário com vivência em dermatologia para o diagnóstico preciso das doenças, evitando assim submeter o animal a tentativas e erros terapêuticos, o que muita vezes agrava ainda mais o
quadro.
Veja mais na seção: Principais dermatites caninas e felinas de A a Z.